Quem sou eu

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Sou português, filho de pais incógnitos. Nasci em Lisboa, percorri Portugal e pela mão de Amália Rodrigues, corri mundo. Estou em toda a parte em que haja um português. Sou um capítulo de cultura portuguesa e a expressão máxima de Portugal. O Menor foi meu pai e minha mãe, o Mouraria é meu amante e casei-me com o Corrido. Tenho muitas namoradas, as Meninas Músicas filhas de distintos pais, os Meninos Poemas também namoram com elas, amo os Poetas ♥ ! Para fazer pirraça sou dedilhado numa guitarra, por vezes choro outras rio ... A D. Viola dá-me a marcação. Muito se diz sobre mim e eu continuo a ser mistério, sou amante, namorado, sou casado e sou galdério, sou leviano, atordoado mas também sei ser sério. Gosto da luz da candeia e do cintilar das velas, mas também gosto dos holofotes e do palco, sou vaidoso, sou boémio, sou artista, sou sofredor, sou alegre, sou verdade, sou português e por isso sou fadista! Gosto que me cantem bem, que me digam bem e que não me troquem as palavras... Posto isto, sou a canção mais bela do mundo ♥ !

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Origem de Mário Raínho

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♥ Fados e temas de Amália Rodrigues ♥

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domingo, fevereiro 19, 2012

Fado mal falado





Fado da freira


"O Segredo da Freira", assim se intitulou originalmente este fado, da autoria de Armando Neves e de Miguel Ramos, aqui interpretado por Cidália Moreira que, como se reparará, não canta a 2ª sextilha do poema e cuja interpretação é na música do "Fado Três Bairros"  da autoria de Casimiro Ramos.




Por sua vez, Augusto Fernandes, canta na música original : Fado Freira = Fado Oliveira, mas colocou a segunda sextilha em terceiro lugar.



Fontes Rocha - Acróstico


De um grande Poeta para um Imenso Compositor cujos dedos foram mágicos na Guitarra Portuguesa. Um abraço ao José Fernandes Castro, um beijo para o Imenso Fontes Rocha lá no alto♥

terça-feira, fevereiro 14, 2012

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Velha Lisboa

 


Caravela da Saudade

 


Café de Camareiras


Este fado é normalmente cantado na Marcha do Manuel Maria e na Marcha do Marceneiro, é o chamado "3, 2, 1" ou seja :
- As 3 primeiras sextilhas são cantadas na Marcha do Manuel Maria
- As 2 seguintes sextilhas são cantadas na Marcha do Marceneiro
- Terminando com a Marcha do Manuel Maria
Mas não encontrei nenhum registo onde este lindo fado fosse cantado no "3, 2, 1" ...

No link que segue, José Peleja canta tudo na Marcha do Manuel Maria


Neste segundo link, o grande, querido e saudoso Carlos Ramos canta este poema na música do Pedro Rodrigues, para quem não souber o Pedro Rodrigues pode ser cantado em quadras, quintilhas e sextilhas.



quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Versos à minha mãe

 

Património Mundial


O meu amigo Carlos Fragata não só escreveu esta maravilha como a emoldurou, acho o "tudo" tão lindo que fiz questão de não tocar em nada, apenas partilhar com o mundo a obra dum poeta do coração♥

Com um beijo ao amigo Carlos Fragata ♥
Susana Lopes

Vou falar deles


Não resisti a publicar este poema do meu querido amigo e imenso Poeta Mário Raínho. Não é Fado ... será mesmo verdade !? Se não for Fado grita verdades nuas e cruas ; verdades que são, afinal, o Fado destas crianças.
Dou também os meus parabéns à Ana Balbi, é preciso um imenso talento para declamar um poema com tanta força.
Mário Raínho, meu querido amigo Mário, beijos no seu coração♥
Susana Lopes

Um pé pra dar ao pé

Um Fadinho fora de horas

 


O Fado e a Fadista

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Vou dar de beber à dor


 


Fado mulher

Fado de Portugal

Fado Corrido

 


História versejada da guitarra portuguesa

O imenso Poeta que é Torre da Guia, e que me faz a honra de ser meu amigo, escreveu há tempos esta "História Versejada da Guitarra Portuguesa", cuidadosa e apaixonadamente guardei-a numa pasta especial, uma daquelas pastas que se guardam com o coração. Mas, pensando melhor, hoje decidi publicá-la ... com um abraço de amizade ao meu querido amigo e Poeta Torre da Guia ♥

"Pela Primavera de 1966, ia eu nos 26 anos de idade, seduzido e "empolgado por inopinada ocorrência que tinha a ver com as lides "fadistas (estava curioso e queria saber de fonte experiente qual era a "técnica do versejo de fado), comecei a frequentar assiduamente a cave "típica da «Candeia» na rua do Almada, no Porto.

"Então, com o Álvaro Martins, à guitarra portuguesa, e o Mário Lopes, à "guitarra clássica, apreciava imenso ouvir o Fernando Gomes interpretar "em animado ritmo a «Bruxa de Pinho», tema da autoria de Jorge "Rosa e Francisco Carvalhinho que fazia parte do reportório de António "Mourão, que era na decorrência um muito admirado e aplaudido cantor "da rádio e da televisão.

BRUXA DE PINHO*

Guitarra, minha guitarra,
bruxa bizarra de doze cordas,
só tu animas e acordas
o fado que a mim se agarra;
se te encosto junto ao peito
no terno jeito de quem embala
o peito quase me estala
a palpitar de satisfeito.

Bruxa de pinho, mãe do castiço,
tens um feitiço que não se entende,
mas adivinho quando te abraço
que existe um laço que a ti me prende.
Guitarra tu és a amarra
que prende a minh'alma ao fado;
eu e ele sem ti ao lado
não somos nada, minha guitarra.

Há quem se rale e amofine
e não se afine p'la tua escala;
deixa ralar quem se rala,
basta que eu não desafine.
Só peço a Deus que por sorte
e até á morte, ó feiticeira,
sejas minha companheira
e minha estrela do norte.

"Quase 43 anos depois, dada a polémica incertitude e o «assim-e-assado» permanecente sobre a autêntica origem da Guitarra "Portuguesa, ocorre-me imaginar, argumentar, equacionar e expor a "situação seguinte:

"Sugerindo a ideia, não é difícil imaginar a ambiência social que "decorria em Lisboa na época das invasões francesas, entre 1807 e "1814, ora entre a soldadesca invasora, ora entre as tropas inglesas, "nossas aliadas, que ajudaram decisivamente Portugal a libertar-se da "cobiça napoleónica e a manter-se soberano.

"Em 30 de Novembro de 1807, comandando um exército extremamente "desgastado e faminto, o general Junot, um dos dilectos títeres militares "de Napoleão Bonaparte, após penosa marcha de centenas de "quilómetros, tomou e apoderou-se de grande parte da cidade de Lisboa. "No dia anterior, entre um séquito de 15 mil nobres distribuídos por 34 "navios, a Família Real portuguesa embarcara em preventiva fuga para o "Brasil.

"Só em Agosto do ano seguinte, depois de diversos confrontos entre os "sitiadores e a estóica resistência da população, o general Arthur "Wellesley, mais tarde Duque de Wellington, comandando uma força "britânica, conseguiu pôr termo ao assédio invasor, vencendo "sucessivamente as batalhas de Roliça e do Vimieiro, forçando o inimigo "à Convenção de Sintra, o que permitiu a retirada em navios ingleses do "que restava do exército francês.

"Assim, num dado momento e em gostosa diversão nocturna, numa "daquelas heterógeneas e concorridas tascas alfacinhas, encontrava-se "um grupo de foliões bebendo e fumando entre camareiras, enquanto um "soldado inglês, em exímio dedilhado, tocava um bandolim. Atento à "cena, preso de fascínio ao magnífico som que se soltava do curioso "instrumento, estava um afamado marceneiro português também a "bebericar uns copos. Deliciado com o espectáculo que fruía, o oportuno "marceneiro, captando quanto possível de memória as formas do "mandolim, não descansou até produzir, ao cabo de aturada trabalheira, "um artifício idêntico...

"Quanto a mim, em relacionado raciocínio sobre os factos práticos da "vida, quero crer que foi um desiderato, mais ou menos como aquele que "descrevo, que deu origem à feitura da nossa muito peculiar e "apaixonante guitarra portuguesa, designada «bruxa de pinho» por "inspirado poeta, que a considerou ainda «mãe do castiço, tens um "feitiço que não se entende».

QUIÇÁ NASCESSE ASSIM*

Matutando, cá pra mim,
terá sido o bandolim
que inspirou concerteza
o artista português
que ao acaso um dia fez
a guitarra portuguesa.

Ao redor de lauta mesa
uma tertúlia burguesa
vejo em grande diversão
e lá no meio abancado
em exímio dedilhado
alguém anima a sessão.

Recostado ao balcão,
um mestre na profissão
de marceneiro afamado,
observa muito atento
as formas ao instrumento
por seu som maravilhado.

Mais tarde, assaz devotado,
sem modelo e isolado
trabalhou dias a eito:
recortou, lixou, poliu
e assim que concluiu
pasmou do que tinha feito.

Encostando a seu peito
o instrumento e com jeito
ao tocá-lo na incerteza,
pela emoção que sentiu
foi o primeiro que ouviu
a guitarra portuguesa!...

Torre da Guia

                  *Molduras já publicadas neste blog