Quem sou eu

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Sou português, filho de pais incógnitos. Nasci em Lisboa, percorri Portugal e pela mão de Amália Rodrigues, corri mundo. Estou em toda a parte em que haja um português. Sou um capítulo de cultura portuguesa e a expressão máxima de Portugal. O Menor foi meu pai e minha mãe, o Mouraria é meu amante e casei-me com o Corrido. Tenho muitas namoradas, as Meninas Músicas filhas de distintos pais, os Meninos Poemas também namoram com elas, amo os Poetas ♥ ! Para fazer pirraça sou dedilhado numa guitarra, por vezes choro outras rio ... A D. Viola dá-me a marcação. Muito se diz sobre mim e eu continuo a ser mistério, sou amante, namorado, sou casado e sou galdério, sou leviano, atordoado mas também sei ser sério. Gosto da luz da candeia e do cintilar das velas, mas também gosto dos holofotes e do palco, sou vaidoso, sou boémio, sou artista, sou sofredor, sou alegre, sou verdade, sou português e por isso sou fadista! Gosto que me cantem bem, que me digam bem e que não me troquem as palavras... Posto isto, sou a canção mais bela do mundo ♥ !

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Origem de Mário Raínho

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sexta-feira, novembro 25, 2011

Fado que dizer "destino" ou expressão musical ?


Surfando por aí, sempre em busca de novos Poemas de Fado, fui deitando um olho por cima da minha "prancha" e encontrei outra opinião sobre as origens do nosso Fado ... e aqui está !
Todavia acho que vou começar a navegar de barco, já que somos um povo de marinheiros, porque cada vez as pesquisas dão mais frutos do mar, neste mar de Fado ... É já este fim de semana que vamos ter enfim a certeza se a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humaninade é aprovada ou não. Sinceramente eu penso que sim, só me restam dúvidas (imensas) sobre o que este diplôma vai ou não trazer ao Fado e aos seus amantes (Fadistas, Poetas, Músicos e Compositores) ???

Deixo-vos com o fruto da minha última pescaria !

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Se já leram muitos artigos sobre este a história do fado, certamente que têm a noção do que vou referir nesta página. Se são pesquisadores da matéria, nalguns pontos de certeza que estaremos em discórdia. Mas quando se investiga um determinado assunto criamos dentro de nós um conceito sobre a matéria estudada. Não somos detentor da verdade pura, mas estamos contra as burrices de idiologias sem fundamento.

Falar de FADO é ler e reler as diversas opiniões, mastigá-las bem, dar sete voltas à língua... botar faladura e seja o que Deus quizer. Qualquer que tenha sido a origem do FADO a opinião de Alberto Pimentel, para nós, é a mais credível. No seu livro "Triste Canção do Sul" ele é bem claro nas suas investigações.
Luis de Camões, na sua epopeia "Os Lusiadas" utiliza 18 vezes a palavra fado. É precisamente aqui que o leitor menos atento começa por ter conceitos errados sobre a origem do FADO.

A palavra "fado" é uma coisa e FADO, como expressão musical, é outra. 

A comprovar esta afirmação está o estudo feito, por Alberto Pimentel, da literatura portuguesa do século XVI, XVII e século XVIII. Tinop não partilha da mesma opinião. Vislumbra no FADO uma origem marítima. É pouco provável. Sendo Portugal um país com tão grande extensão marítima, O FADO teria aparecido em diversos pontos de Portugal, levado por marinheiros e constaria dos arquivos e diários de bordo, por exemplo na Ponta de Sagres, onde existiu a Escola Náutica.

Outra opinião não fundamentada é a visualização de semelhanças entre o FADO e o Lundum, dança de umbigada africana. Se assim o fosse, mais uma vez ele teria sido levado para outros pontos e não teria ficado circunscrito à zona de Lisboa.

Estabelecer uma ligação directa do FADO com a nostalgia das Mornas, com o Tango argentino, com as Festas de S. João de Braga ou com a solidão de um marinheiro no alto mar, implicaria que o mesmo tivesse aparecido no pulsar de outros povos de culturas bem diferenciadas da portuguesa.

Que os portugueses de agora possam saborear o FADO em diversos pontos do nosso território, não faz do FADO a canção nacional.
Cada província portuguesa tem maneiras de estar de cantar e de sentir bem distintas.

Retomando as ideias de Alberto Pimentel, primeiro nasceu o homem e depois a expressão musical. Isto é, primeiro nasceu o fadista e depois o FADO. Mas o primeiro fadista não cantava. A ele eram encomendados, por ser destro no manejo da navalha, o fado de muita gente. Esta personagem aparece com toda a lógica com a instabilidade do país, aquando da fuga da família real para o Brasil. Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental e Portugal vê-se invadido e saqueado pelas tropas Napoleónicas. As ruas mal iluminadas e as casas, de gente endinheirada, abandonadas aguçam o apetite à mão do alheio. Um país saqueado tem fome, e "casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão". As vinganças e os ajustes de contas fazem aparecer no nosso país esta personagem de melenas compridas que encobriam a sua face, o juiz de todas as discórdias. O fadista era temido por tudo e por todos, gabando-se, nas tascas mal iluminadas, dos seus feitos heróicos. É bem provável que nas sua visitas a casas de pessoas endinheiradas, que acompanharam a fuga da família real para o Brasil, ele tenha descoberto a Guitarra Portuguesa e na sua companhia comece por cantar as suas proezas.

A Guitarra Portuguesa que encontra os seus primeiros adeptos no Porto tem a sua origem próxima num instrumento inglês chamado Cistre (não confundir com Sistro, forquilha de madeira com soalhas de metal - da família dos Chincalhos), que entra pela Barra do Douro onde atracavam os barcos que faziam as trocas comerciais com os ingleses. O Mestre de Capela do Porto António da Silva Leite, devido ao entusiasmo crescente por este instrumento, nacionaliza-o e escreve um estudo para Guitarra, dedicado a Dona Antónia Magdalena e coloca-o à venda por 1200 reis, no dia 15 de Março de 1796. As músicas propostas por este estudioso são Minuetes, Marchas, Alegros e Contradanças.

Neste estudo de Guitarra não consta qualquer referência a nenhuma expressão musical que tenha a ver com FADO. Se o mesmo já existisse, também ele deveria ter sido mencionado por este professor de música. Só a partir desta data, a palavra Guitarra passa a pertencer ao vocabulário português. De salientar a importância de um outro Método datado de 1789, escrito por Paixão Ribeiro para Viola de Arame de 12 cordas e 5 ordens com o título "A Nobre Arte da Viola". A Guitarra de Silva Leite só tinha 10 cordas, as 4 primeiras ordens duplas e as restantes singelas (utilizava a afinação natural - do agudo para o grave Sol, Mi, Dó, Sol, Mi, Dó) pela análise destes documentos podemos afirmar que a Guitarra nasceu sem conhecer o fado.

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